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Surge um Novo Setor: Smart City

  • Foto do escritor: Admin Canal PPP
    Admin Canal PPP
  • 20 de abr. de 2018
  • 4 min de leitura

por: Wilson Poso

Canal PPP

WPS Finanças Corporativas

Entre os dias 16 e 18 de abril estive presente no Congresso Smart City Business America 2018, em São Paulo. Encontrei ambiente estimulador, desafiador e comprometido com o futuro das cidades. O objetivo desse novo setor (setor?) é absorver soluções inovadoras para otimizar o atendimento às demandas públicas de maneira customizada.


Analisando o ambiente do Congresso considero que lá foram apresentadas ideias e tecnologias que irão balizar as Smart Cities que existirão no futuro. Esse futuro será construído com novas tecnologias, e ai começam os desafios que acontecem, basicamente, em três níveis: O primeiro é o do desenvolvimento das soluções; Outro é da aplicabilidade e/ou aceitação das soluções, tanto em nível da população como pelo setor público, considerando os seus meandros, passando pelos usos e costumes e ambiente legal.


Entendo que toda solução deveria começar a ser desenvolvida considerando sua aplicabilidade, a fim de não empregar energia em coisas não aplicáveis no mundo real; Por último, e com certeza o não menos importante, o desafio da viabilidade econômica das soluções. Ai surgem as PPPs para viabilizar os projetos que não possuem viabilidade econômica, mas possuem viabilidade social.


Existe um consenso entre os players desse novo setor que o parque de Iluminação Pública (IP), com sua telegestão, será a plataforma/alicerce de seu desenvolvimento. Aqui vale uma breve derivação para a origem dos parques de iluminação pública para entender alguns problemas e oportunidades que o novo setor poderá ter pela frente.


A modernização das redes de IP entrou de vez na agenda das prefeituras em janeiro de 2014, quando as Distribuidoras repassaram aos municípios os ativos desse serviço, seguindo determinação da resolução normativa 414/2010 da Agência Nacional de Energia Elétrica - Aneel. Será que esse movimento foi o mais acertado, uma vez que teremos empresas diferentes cuidando de redes num mesmo espaço físico? Toda uma estrutura cuidando da rede da Distribuidora e outra estrutura cuidando da rede de Iluminação Pública. Com a separação dos businesses IP e Distribuidora a Iluminação pública passou a ser um cliente da Distribuidora com participação mínima em suas receitas. Será que a Distribuidora dará a devida importância para esse cliente pequeno e ramificado? Enfim, vamos voltar para o nosso assunto central, iremos revisitar essa relação Distribuidora x IP mais à frente.


O gerenciamento remoto da iluminação pública com base em luminárias de LED começa a ganhar corpo nas cidades brasileiras por meio, principalmente, das Parcerias Público Privadas - PPPs. A telegestão propicia ao operador da rede saber a exata localização de cada ponto de luz e receber quase instantaneamente informações de desempenho e de falhas, como, por exemplo, lâmpadas queimadas no sistema. Essa agilidade facilita a manutenção da rede, pois os problemas não dependem apenas de rondas. Além dos alertas em casos de anormalidades, podem ser programadas varreduras periódicas, que fornecem dados para análises mais amplas do funcionamento da rede. As informações individualizadas dos pontos de consumo também permitem maior controle sobre os gastos das prefeituras com energia. Hoje, para efeitos de cálculo de consumo, a conta de eletricidade considera que cada lâmpada fica ligada 11h52 por dia, exceto em casos excepcionais. Com a telegestão, o consumo acumulado do sistema é registrado com exatidão e o operador pode controlar a intensidade de cada luminária de LED, reduzindo ainda mais o uso de eletricidade.


Chegou a hora de revisitarmos a relação Iluminação Pública x Distribuidora. Como o fornecimento de energia para IP é marginal e pouco rentável para a Distribuidora (além de tudo, tem a tarifa de energia diferenciada), qual a motivação da Distribuidora em investir em relógios medidores para captar essa redução do uso de eletricidade pela telegestão?


Então, por enquanto, esse ganho não poderá ser absorvido pelas operadores de Iluminação Pública. Mas, por outro lado, a telegestão poderá no futuro não muito distante prestar alguns serviços para as Distribuidoras, como por exemplo alguma forma de controlar o estado e varrer sua rede, identificando inclusive "gatos".


Durante o Congresso duas notícias me chamaram a atenção e entendo extremamente positivas: o advento da Norma ISO 37.122 / 2018 para as Smart Cities e o acordo de cooperação Inmetro x ABDI para a criação de uma “Cidade Piloto” que simulará os fenômenos urbanos e testará as novas soluções de Smart City, no campus do Inmetro em Xerém / RJ.


Esses dois fatos, ao meu ver, atacam de frente dois dos principais problemas quando falamos em inovação e política pública, explico: O problema número um, com relação ao setor público, é a briga pela autoria de casos de sucesso. Se um município com gestão do partido A desenvolver um projeto de sucesso que poderá ser replicado, com certeza não o será numa cidade onde o partido B faz sua gestão ou mesmo um projeto que começou no mandato do partido A não será dado continuidade na gestão seguinte pelo partido B. Com a criação de norma internacional, poderá ser dado um bypass nessa situação.


Vamos falar um pouco sobre a ISO, que é a sigla de International Standards Organisation, ou Organização Internacional para Padronização, em português. Portanto, a ISO é uma entidade de padronização e normatização internacional e foi criada em Genebra, na Suíça, em 1947. A norma ISO citada anteriormente, a 37.122 / 2018, estabelece indicadores dentro do conceito de Smart City em 18 segmentos, dentre eles: Iluminação Pública, Mobilidade Urbana e Água e Esgoto. Estes indicadores poderão balizar compras públicas e projetos de desestatização (Concessões e PPPs), num mercado potencial de R$ 200 bilhões, extremamente atrativo para o setor privado. Do lado do setor público, os municípios ao buscar certificação internacional de Smart City, viabilizarão políticas de Estado em detrimento das políticas de Governo. O município ao desenvolver sua política pública lastreada em normas internacionais, poderá contornar a questão das "autorias partidárias”.


O problema número dois é a questão da validação das novas tecnologias. Quando deparamos com novas tecnologias a primeira pergunta que surge é: onde ela está sendo aplicada? Com essa iniciativa do Inmetro - Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia e da Agência Brasileira de Desenvolvimento industrial - ABDI essa pergunta começará a ter uma resposta e com selo.


Enfim, o jogo começou. Em vários momentos desse artigo chamei Smart City como novo setor, visão que ouvi em vários momentos no Congresso e entendo que faz todo o sentido. Um novo setor que sabemos como está começando, utilizando a Iluminação Pública e a Telegestão como alicerce/plataforma, e temos uma idéia de onde poderá chegar. Vamos fazer o futuro chegar logo, vamos ter muito trabalho e oportunidades pela frente !



 
 
 

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